O espetáculo é baseado no livro homônimo do autor e multiartista uruguaio, Rafael Curci, e conta com direção de Moacir Ferraz, apresentando teatro de bonecos, contação de histórias e máscaras expressivas
Por: Marcela Silva | Assistente de Comunicação do SESI Campinas
01/06/202313:26- atualizado às 11:56 em 19/06/2023
São Paulo – Importante equipamento cultural da cidade, o Teatro do SESI Campinas Amoreiras lança no mês de junho, peça teatral inédita para toda a família. O musical “Maria da Luz”, baseado na obra literária de Rafael Curci, artista uruguaio radicado no Brasil, e dirigido por Moacir Ferraz, da Boa Companhia, é uma montagem original da Cia. dos Náufragos. Com apresentações nos dias 16, 17 e 23 junho, para escolas e comunidade, além de contar com uma oficina de máscaras, no dia 24 do mês. A programação compõe o circuito SESI Viagem Teatral, com ingressos gratuitos, via reservas antecipadas pelo site campinasamoreiras.sesisp.org.br.
Nesta adaptação teatral, a Cia. dos Náufragos apresenta a história de um vilarejo longínquo, chamado Tokonar. Isolado entre as montanhas da cordilheira, onde nasce uma menina com um dom muito peculiar, de emanar luz pelos olhos. Com a falta de iluminação e o desarranjo de uma promessa de eletricidade, somente a luz de uma criança é a esperança da comunidade.
O espetáculo é uma produção original que apresenta uma experiência multilinguagem cênica, com músicas, máscaras e teatro de bonecos; uma montagem “que mistura influências culturais provenientes de povos originários brasileiros e andinos, na busca de criar um povoado familiar, mas não reconhecível como pertencente a nenhuma região específica” disse Cristiane Taguchi, da Cia. dos Náufragos.
Oriunda da coletânea “As Três Marias”, uma trilogia de contos breves, de autoria de Rafael Curci, situados em diferentes povoados na América Latina - obras que retratam a cultura popular das sociedades andinas, por meio de mitos, parábolas e narração, muito influenciadas pelo realismo fantástico de grandes escritores latinos, como Gabriel Garcia Márquez, Adolfo Bioy Casares e Júlio Cortázar. Livro e espetáculo contam com ilustrações de Ana Muriel, a partir de figuras geométricas que simulam movimentos, utilizando colagem e pintura, com simbologia que remete à construção imaginativa das crianças.
Assinado por Thalia Castro, o cenário propõe replicar a casa de três famílias que formam a aldeia, com estruturas dinâmicas e luminosas, em diálogo com a concepção estética de luz, de Eduardo Brasil, para os mais diversos ambientes ficcionais que também contará com teatro de sombras. Os figurinos de Laura Françozo, trazem uma rica caracterização inspirada nos trajes tradicionais dos povos andinos, além de vestes espalhafatosos para contrapor com uma ideia de modernidade tecnológica, presente na peça. Toda a narrativa é permeada pela musicalidade autoral da Cia. dos Náufragos, que compõe, fundamentalmente, a dramaturgia do espetáculo para encantar e divertir crianças e adultos.
Com mais de 10 anos de atuação, a Cia. dos Náufragos foi fundada em Campinas e desenvolve suas pesquisas artísticas acerca de dois temas centrais: o primeiro, o teatro narrativo e a relação com a palavra falada; o segundo, a exploração da música como dramaturgia de cena. Seus componentes Cristiane Taguchi, Miguel Damha, Renan Villela e Esteban Alvarez, são dirigidos neste enredo por Moacir Ferraz, integrante da Boa Companhia, também de Campinas, com cuidadosa sensibilidade e tarimbada técnica, que, aliados ao universo onírico infantil, resultam em uma encenação divertida, fabulosa e envolvente. “Trazer à cena uma fábula concebida como literatura não dramatúrgica, é sempre um grande desafio. Nesse caso ainda mais, pois optamos por criar personagens e situações que não existiam na história original, para abordar as questões que gostaríamos de levar ao público, por meio da peça. Mas, acredito que conseguimos abordar assuntos importantes no nosso contexto sem perder a leveza e a diversão” comenta o diretor.
Além da estreia, o grupo também promove uma experiência educativa por meio da oficina “Máscaras expressivas na cena”, ministrada por Cristiane Taguchi e Miguel Damha, no Teatro do SESI Campinas Amoreiras. Voltada aos jovens a partir de 16 anos, a atividade não requer experiência prévia e possibilita uma aproximação dos participantes com a linguagem da máscara expressiva através de jogos cênicos, exercícios de improvisação e práticas corporais. Assim como o espetáculo, com ingresso gratuito.
“Maria da Luz” é um projeto artístico contemplado via Proac - programa de ação cultural de SP e via Edital de Chamamento SESI Viagem Teatral – Montagem de Espetáculos Inéditos, uma produção original SESI-SP. O programa faz parte do plano formação de plateias do SESI São Paulo, e tem como objetivo oferecer um panorama da produção artística brasileira contemporânea, com destaque para a pesquisa no desenvolvimento das Artes Cênicas. Uma iniciativa do SESI São Paulo que, há quase três décadas, investe em produções originais nas cidades do Interior do Estado de São Paulo, propiciando à experiência teatral, em reconhecimento aos artistas locais e obras únicas e exclusivas, gratuitamente para todos.