Os alunos ficaram em 2º lugar no Estado de São Paulo. O projeto é parte da disciplina de programação e robótica.
Por: Sesi Amoreiras
25/06/202116:05- atualizado às 16:20 em 25/06/2021
Com o projeto o Artemis II, a equipe Space Bird (N1), da Escola Sesi de Valinhos ficou com o segundo lugar na primeira fase da Olímpiada Brasileira de Satélite (OBSAT 2021), no Estado de São Paulo. Para a segunda fase, o grupo irá receber um módulo de CanSat para desenvolvimento do satélite, com expectativa de lançá-lo em baixa atmosfera, em um balão meteorológico, para coleta e análise de dados.
Os objetivos do projeto são: auxiliar atividades de monitoramento de áreas agrícolas e seus arredores florestais. Mediado pela professora de programação e robótica, Andressa Bruscato, a equipe é composta pelos alunos do 9º ano do Ensino Fundamental: Antonio Carlos Moleta, Beatriz Pereira dos Santos, Gabriel Anastácio de Oliveira e Pedro Henrique Monteiro da Silva.
A primeira fase da 1ª Olimpíada Brasileira de Satélites (OBSat) aconteceu entre os meses de abril e maio de 2021. Dando continuidade ao projeto desenvolvido em 2020, na disciplina de Programação e Robótica, cuja missão era criar uma proposta para a colonização do planeta Marte, a professora Andressa Bruscato convidou os alunos para participarem da olimpíada, formando a equipe Space Bird (N1).
Na primeira fase da Olimpíada foi exigida a idealização de uma aplicação para um minissatélite, o CanSat/CubeSat e seus componentes. A Space Bird (N1) desenvolveu o projeto Artemis II para auxiliar atividades de monitoramento de áreas agrícolas e seus arredores florestais. O monitoramento busca a identificações de padrões de qualidade do solo, umidade relativa e pressão atmosférica com o objetivo de contribuir na predição de períodos de estiagem ou excesso de chuvas. Os dados coletados também podem auxiliar a construir e identificar perfis de desmatamento em áreas próximas as regiões de agronegócio. A coleta desses dados pode contribuir na elaboração de estratégias para melhor aproveitamento do solo e preservação de área verde.
Como objetivo secundário à missão, o trabalho busca uma abordagem educacional, com a utilização de imagens captadas no globo terrestre para análise das regiões de agricultura e da vista espacial, permitindo análises do perfil astronômico. Em ambos os casos os produtos constituíram material para incentivo à produção científica e trabalhos interdisciplinares entre geografia, ciências e matemática para alunos do ensino básico.
Em uma das avaliações, que foi anônima, o trabalho foi bastante elogiado. “Surge como uma boa alternativa às coletas meteorológicas e de solo in loco, bem como acrescenta um valor surpreendente como iniciativa educacional, expandindo para uma alternativa astronômica, onde ambas as atividades poderão impactar a educação de milhares de estudantes com os dados coletados para uma análise interdisciplinar”, afirmou o avaliador.
A participação dos alunos neste tipo de projeto é importante porque estimula o pensamento crítico. “Eles pensarem além da matéria, além da aula, e realmente aplicarem o que eles estão vendo em ciências, em geografia, que são principalmente os focos do projeto que a gente submeteu”, avalia a professora Andressa Bruscato. A olimpíada é uma oportunidade de ver como o conteúdo das aulas realmente é aplicado nas análises do dia a dia, como em uma imagem que aparece no jornal. Os alunos fazem a coleta dos dados e elaboram o projeto. “Como desenvolver e como apresentar este projeto é uma competência que será muito útil para eles na vida adulta, em sociedade. Acho fantástico que eles tiveram esta oportunidade e esta vontade de participar também”, destacou.
No projeto Artemis II, o trabalho foi feito 100% online, em grupo. O anúncio da classificação em 2º lugar foi um momento de muito orgulho para a equipe e escola. “É algo que a gente gosta de fazer e agora vemos o resultado de 2º do Estado. Tudo que tenho a dizer sobre este trabalho é que foi incrível”, disse Gabriel, que tem experiência em projetos na escola.
Ele definiu como meta, desde o 6º ano, ter sempre um trabalho que considerasse grande naquela série. Trabalhou com um robô de papelão que funcionava por seringa, junto com a professora Ana Posso (6º). Depois um cinema, que usava uma caixa de papelão e um tablet para fazer o reflexo do que estava passando (7º), nas aulas de eixo. No 8º ano foi a vez do projeto de Marte, já com a professora de programação e robótica.
Em 2021, em março, a professora falou da olímpiada de satélite. Gabriel e Antônio foram os primeiros membros “Foi o Antônio que me avisou e eu perguntei: isso existe? ”, contou Gabriel. “Como estávamos conversando bastante com a Bia, porque somos representantes da classe, já chamamos ela. Faltava um membro, então chamamos o Pedro, que gosta do tema de espaço”.
Antônio contou que a ideia do projeto começou em 2020, com o foguete para Marte, que, para ele, foi até mais difícil do que passar na olímpiada. Como parte das férias escolares foi em abril, o tempo para fazer o trabalho acabou sendo menor. Era uma semana para desenvolver a pesquisa. Faltando 1 dia para entregar, eles acharam que não daria tempo, mas o prazo foi adiado por uma semana, o que permitiu uma revisão melhor e a edição final do vídeo, que era de 3 minutos. “Eu estava ansioso, sabia o dia que ia sair, ficava esperando, esperando... estava em casa, focado na tela do computador. Fiquei pulando de alegria e todo mundo começou a comemorar”, disse.
Pedro começou a se interessar pelo espaço em 2017, após ver alguns vídeos. Ele queria criar uma agência espacial no futuro. Em 2020 trabalhou no projeto de marte, com sobrevivência, e agora está no grupo do satélite. “Fiquei muito animado, porque eu realmente poderia colocar em prática algumas coisas que eu sabia e aprender novas. Foi muito importante para mim participar, principalmente porque adquiri muito conhecimento. Foi incrível, gostei bastante”, contou.
Beatriz sempre gostou de tecnologia e programação. Ela participou da equipe de robótica, no 7º ano, que foi para uma competição. Em 2020 esteve no projeto de marte, na gestão. Quando foi convidada para a olimpíada, ela topou na hora, para se arriscar. Quando saiu o resultado extraoficial, Beatriz disse que não acreditou e até pediu print, que a professora logo enviou. Como ainda teria período de recurso, ela disse que preferiu ainda não comemorar muito. “Eu fiquei superfeliz, eu nunca ia imaginar que a gente ia ficar no segundo lugar do Estado. Eu gostei muito de participar deste projeto, porque eu não tinha muito conhecimento, eu comecei a pesquisa e é muito legal, é uma coisa que você vai levar para a vida inteira. É uma forma diferente de aprender”, declarou.
O projeto Artemis II conquistou o segundo lugar no estadual, classificando a equipe para a fase 2 da OBSat. A equipe receberá um módulo de CanSat para iniciar os trabalhos de programação e desenvolvimento do satélite, com expectativa de poder lançá-lo em baixa atmosfera, em um balão meteorológico, para coleta e análise de dados.
No projeto Marte, os alunos Antônio e Gabriel estavam na equipe de engenharia espacial; Beatriz no time de gestão e o Pedro na equipe de sobrevivência.
Conheça o trabalho "Missão Marte", que foi desenvolvido em 2020.